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Dólar tem leve queda e fecha a R$ 6,10, de olho nos EUA e em novas falas de Haddad; Ibovespa sobe

A moeda norte-americana recuou 0,12%, cotada a R$ 6,1036. O principal índice de ações da bolsa subiu 0,95%, aos 121.163 pontos. Fernando Haddad fala que déf...

Dólar tem leve queda e fecha a R$ 6,10, de olho nos EUA e em novas falas de Haddad; Ibovespa sobe
Dólar tem leve queda e fecha a R$ 6,10, de olho nos EUA e em novas falas de Haddad; Ibovespa sobe (Foto: Reprodução)

A moeda norte-americana recuou 0,12%, cotada a R$ 6,1036. O principal índice de ações da bolsa subiu 0,95%, aos 121.163 pontos. Fernando Haddad fala que déficit será de 0,1% do PIB em 2024 O dólar fechou em leve queda nesta terça-feira (7), negociado a R$ 6,10. Na mínima do dia, chegou aos R$ 6,05. Ao longo da sessão, investidores avaliaram novos dados econômicos dos Estados Unidos e repercutiram a notícia de que o presidente Donald Trump pode impor menos tarifas sobre produtos importados do que o esperado. Houve ainda a divulgação do relatório de empregos JOLTS nos EUA, que mostra a oferta de trabalho no país. O mercado monitora esses dados, pois o nível de emprego pode influenciar as próximas decisões do Federal Reserve (Fed) sobre as taxas de juros. Além disso, o jornal "The Washington Post" informou que a equipe econômica de Trump está considerando aplicar tarifas de importação apenas em setores específicos, como segurança e energia. Menos tarifas podem significar menos inflação e juros mais baixos por mais tempo. Embora Trump tenha desmentido a notícia em uma rede social, o mercado continua reagindo positivamente às expectativas de menos tarifas. Juros baixos nos EUA reduzem a rentabilidade dos títulos públicos, atraindo menos investidores e diminuindo a vantagem do dólar sobre outras moedas. No Brasil, destaque para a entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao Estúdio i, da GloboNews. Em conversa comandada por Andréia Sadi na tarde desta terça, Haddad afirmou que o déficit de 2024 será de 0,1% e que PIB do país deve crescer 3,6% no ano. (leia mais abaixo) O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em alta. A principal notícia nos negócios foi a de que o banco BTG Pactual anunciou acordo para comprar a unidade brasileira do suíço Julius Baer. Veja abaixo o resumo dos mercados. SAIBA MAIS: ÚLTIMO PREGÃO DE 2024: Dólar acumula alta 27% no ano; Ibovespa tem recuo de 10% DE R$ 5,67 PARA ACIMA DE R$ 6: Entenda a disparada do dólar neste fim do ano O TOM DE LULA: Falas do presidente impactaram a moeda em 2024; entenda Dólar acumula alta de quase 28% em 2024 Dólar O dólar recuou 0,12%, cotado a R$ 6,1036. Na mínima do dia, foi a R$ 6,0546. Veja mais cotações. Com o resultado, acumulou: queda de 1,25% na semana; recuo de 1,23% no mês e no ano. No dia anterior, a moeda fechou em baixa de 1,14%, vendida a R$ 6,1109. Ibovespa O Ibovespa subiu 0,95%, aos 121.163 pontos. Na máxima do dia, chegou a 121.713 pontos. Com o resultado, acumulou: alta de 2,22% na semana; ganhos de 0,73% no mês e no ano. Na véspera, o índice encerrou em alta de 1,26%, aos 120.022 pontos. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair O que está mexendo com os mercados? O mercado monitorou nesta terça-feira o relatório de emprego JOLTS nos EUA, que veio acima do esperado. Um mercado de trabalho aquecido aumenta os rendimentos da população, o que eleva a demanda por produtos e serviços e pode gerar inflação. O número de vagas abertas foi de 8,1 milhões em novembro, contra expectativa de 7,74 milhões. Segundo o ASA, a taxa volta a ficar perto do patamar pré-pandemia, indicando um mercado de trabalho ainda apertado. "O mercado de trabalho continua mostrando sinais de estabilização, sem riscos, com vagas de emprego e taxas de vacância em patamares confortáveis, mas as contratações permanecem moderadas", diz o relatório. Uma economia aquecida, com forte geração de vagas e inflação persistente, pode fazer o Fed reduzir o ritmo de corte dos juros. Desde meados de 2024, os EUA estão em um ciclo de redução das taxas de juros. Para que os juros continuem caindo, a inflação precisa desacelerar mais. Até novembro, a inflação anual era de 2,7%, enquanto a meta do Fed é de 2%. Já a atividade do setor de serviços dos EUA acelerou em dezembro, mas um aumento nos preços dos insumos indicou uma inflação elevada. O Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) informou que seu Índice de Gerentes de Compras (PMI) do setor de serviços subiu para 54,1 em dezembro, de 52,1 em novembro, devido à forte demanda. Economistas esperavam que o PMI subisse para 53,3. Um PMI acima de 50 indica crescimento no setor de serviços, que representa mais de dois terços da economia dos EUA. Leituras acima de 49 geralmente indicam expansão econômica. A confiança das empresas aumentou desde a vitória de Trump em novembro, devido às expectativas de cortes de impostos e menos regulamentações. No entanto, há preocupações com as tarifas mais altas sobre importações e deportações em massa, que podem aumentar a inflação e prejudicar o crescimento. Nesta terça, o mercado ainda repercutiu a notícia de que a equipe de Trump estuda aplicar menos tarifas de importação do que o prometido. Segundo o jornal "The Washington Post", assessores de Trump querem tarifas mais altas apenas em setores-chave como energia e defesa. Trump negou as informações em sua rede social, chamando-as de "fake news". "Isso está errado. O Washington Post sabe que está errado. É apenas outro exemplo de 'fake news'." Mesmo assim, o mercado reagiu bem à possibilidade de tarifas menores, pois isso reduziria a inflação nos EUA. Com menos inflação, o Fed não precisaria aumentar as taxas de juros. Rendimentos menores dos títulos públicos ampliam o apetite dos investidores por investimentos mais arriscados ou países com juros mais altos, tirando força do dólar. No final de novembro, Trump prometeu taxar em mais 10% os produtos chineses e em 25% os produtos mexicanos e canadenses. Em um post na rede social Truth Social, ele disse que essas tarifas permanecerão até que as drogas e imigrantes ilegais parem de entrar no país. O analista financeiro Vitor Miziara afirma que a ideia é deixar produtos importados mais caros para que os americanos deixem de importar. Assim, empresas nacionais passariam a produzir produtos que antes vinham de fora. "O grande receio que se tinha em relação a isso no mundo era a inflação que isso poderia causar. Se ele coloca tarifas de importação, há duas opções: ou as pessoas que importam vão continuar importando e, ao pagar mais caro, vão repassar os preços e gerar mais inflação, ou vão parar de importar", afirma. Acontece que produtores locais podem demorar até suprirem a demanda da população. Até lá, haveria escassez de produtos e, também, maior inflação. "Uma inflação muito grande eleva as expectativas por juros mais altos e por mais tempo", pontua Miziara. Assim, com a expectativa de que as tarifas devem ser aplicadas apenas em setores mais específicos, a projeção é de menor inflação e menos juros também, reduzindo a força do dólar. No Brasil, o mercado aguarda novas sinalizações do governo sobre a política fiscal. Em entrevista exclusiva à GloboNews, o ministro Fernando Haddad afirmou que o déficit primário do Brasil em 2024 ficará em 0,1% e que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) será de 3,6%. Os dados não consideram os gastos com a tragédia do Rio Grande do Sul. Segundo o ministro, o déficit é menor do que o previsto. "Um ano atrás, a previsão do mercado era de 0,8% do PIB. Vamos nos lembrar que era antes do episódio trágico do Rio Grande do Sul que consumiu 0,27% do PIB para atender a população. Era 0,8%, vamos terminar o ano com 0,1% do PIB". Questionado se o governo prepara um novo decreto de ajuste fiscal, o ministro disse que primeiro é preciso aprovar o orçamento e adequá-lo ao pacote de corte de gastos aprovado pelo Congresso. "Nós primeiro temos que adequar o orçamento às medidas já aprovadas, que garantem flexibilidade na execução que não tivemos nos últimos dois anos." Ele disse ainda que não gosta de falar em pacote "dois, três, ou quatro", mas que o governo está em constante estudo para avaliar a adequação dos gastos. Sobre a previsão de crescimento do endividamento público, Haddad disse que, quando o novo arcabouço fiscal for implementado, a dívida irá estabilizar e depois vai cair. Ele também afirmou que governo afastou ideia de ficar meta para a dívida. Confira aqui outros pontos da entrevista. Na segunda-feira (6), Haddad se reuniu com o presidente Lula para discutir o Orçamento de 2025, que deve ser votado em fevereiro. Sem a peça orçamentária aprovada, o ano começa com algumas restrições, mas a área econômica diz não ver impacto no funcionamento do governo. "Tem uma regra pra isso [de execução], enquanto não votar o orçamento no começo do ano. E, no começo do ano, tem sempre uma execução mais lenta mesmo, ordinariamente. Mas nós temos que discutir falar com o relator para ajustar o orçamento às perspectivas do arcabouço fiscal e das leis que foram aprovadas, no final do ano passado", disse Haddad. Dólar Karolina Grabowska/Pexels Uma das razões para o orçamento não ter sido aprovado no ano passado foi a demora na aprovação das medidas de cortes de gastos, entre elas restrições no ritmo de aumento do salário mínimo e nas regras de acesso do abono salarial, por exemplo. Segundo o ministro da Fazenda, novas medidas de cortes de gastos ainda não começaram a ser discutidas. No fim do ano passado, Haddad indicou que levará novas recomendações ao presidente Lula. "Nós não conversamos sobre isso [propostas de cortes de gastos] hoje, conversamos sobre outros temas. Mais o planejamento do ano, a questão do orçamento que ainda precisa ser votado", acrescentou o ministro. Haddad também negou a possibilidade de elevar o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) sobre a saída de dólares do Brasil, uma medida que poderia conter a alta da moeda norte-americana e um temor para o mercado financeiro. "A questão do dólar, a gente precisa entender isso. Tem um processo de acomodação natural. Nós tivemos um estresse no final do ano passado, no mundo todo. Tivemos aqui um estresse também no Brasil", disse. "E hoje mesmo o presidente eleito dos Estados Unidos [Donald Trump] deu declarações moderando [propostas feitas durante a campanha]. É natural que as coisas se acomodem."